terça-feira, 24 de junho de 2008

Numa noite de Agosto...

...eu não te deixei fugir, porque achei que devemos dizer as coisas que nos são importantes. Ou melhor, cantá-las.



Como deixei no post anterior uma das primeiras versões da música "Não vou-te deixar fugir", deixo aqui uma das últimas versões. Foi tocada ao vivo no Festival Miuzela Radical 2006, acompanhado também pelo Zé no baixo. Gosto desta versão. Acho que ficou com um ritmo porreiro. As pessoas batem palmas, elas são o compasso.

Mas como nós somos todos uma mesma matéria numa mesma transparente empatia! Quiçá, uma simbiose entre o dar e o receber.

sábado, 14 de junho de 2008

A fugacidade das coisas



"-..Exactamente igual? Vai sair outra versão. -Claro!" Esta música chama-se "Não vou-te deixar fugir" e foi gravada em 2005 com o Zé no baixo.

Pensava eu que não a ia deixar fugir. Como poderia eu na altura pensar o contrário? Mas há sempre uma outra versão. Deixei-a fugir e nunca mais a vi. Mas o que é certo é que se não tivesse sido ela e a relação que tivemos nunca teria inspiração para fazer esta música. Por isso, há sempre algo de bom que permanece. Nem que seja mesmo a diversão de tocar a música e pensar que foi para uma causa grandiosa, para uma dedicação ou quiça algo parecido com uma serenata.

Acontece que os ensinamentos da vida vão dar sempre ao mesmo. Nascemos sem nada, e morremos sempre sem nada. Nada é realmente meu. Só uma coisa me pertence, eu mesmo. Cada um é protagonista da própria vida e é nas experiências e vivências que devemos evoluir, não importa se são fugazes. É inevitável que o sejam!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Deixem-nos ser assim


Apreciu imenso as pessoas que se dedicam a qualquer coisa. É bom estar ocupado nesta vida mesmo que seja nada de especial para o resto das pessoas. Desde que seja realmente interessante para o próprio.. um quadro pintado que se guarda na arrecadação, uma canção improvisada que se esquece para sempre como voltar a tocá-la, uma escultura de madeira que se dá a alguém que nunca se volta a ver, os cadernos que escrevemos na universidade que na altura damos tanto valor e até pensamos ser importante para o futuro mas que nunca mais lhe pegamos, os berlindes coleccionados nos jogos de infância que se perderam, as ideias que se desenharam em sonhos mas que nunca se concretizaram.

Às pessoas que se dedicam a coisas tão úteis e ao mesmo tempo inúteis como a poesia e prosa, filosofia, espiritualidade, experimentar deixar crescer as fibras capilares do corpo e/ou fazer carecadas.. às pessoas que se dedicam à questionar a realidade das coisas, que duvidam das suas simples emoções e sentidos naturalmente limitados, que imaginam bolas vermelhas brincalhonas a saltitar na berma das estradas para cima das pessoas e carros, que gostam de imaginar-se num mundo diferente de banda desenhada. Porque é mais divertido criar do que apenas consumir. A todas as pessoas que vivem com Criatividade fica aqui uma música que se chama "Let us be rock"

A música foi gravada em 2005 com ajuda do Vlad. Usou-se o Reason para a bateria e o CoolEdit para editar as diferentes fachas gravadas.

domingo, 8 de junho de 2008

O Panda



A aparência frágil tornou o Panda num dos animais mais queridos por crianças e adultos. Tem o corpo macio, cabeça larga e orelhas grandes e arredondadas. A cauda é muito curta e as plantas dos pés são peludas. As extremidades anteriores são providas de um osso que desempenha a função de sexto dedo opositor. As orelhas, patas, ombros e o redor dos olhos, é preto. O resto do seu pelo é branco e comprido, de textura espessa e densa. O Panda é uma criatura com pensamentos profundamente filosóficos e introspectivos, adoram apreciar as coisas simples da vida. Para eles nada é demasiado importante nem exageradamente insignificante. Os livros de História contam que a sua cor, preto e branco, foi adquirido num evento passado num retiro espiritual. Pensa-se que um monge taoista, que caminhava pelos bosques de bambu, tinha como discipulo um Panda. O Panda compreendeu a filosofia Yin/Yang e achou por bem pintar o corpo de preto e branco. Tradição que ainda se mantem na comunidade Panda dos nossos dias. É uma espécie ameaçada de extinção, pois a sua sobrevivência depende da conservação das florestas que, devido ao avanço da agricultura, vai tirando cada vez mais do seu espaço. O comportamento solitário e de hábitos nocturnos e crepusculares faz dele um animal misterioso. O Panda encontrava-se frequentemente em áreas florestadas da China e de Myanmar (antiga Birmania), mas refugiou-se por causa da destruição do seu habitat e para evitar a sua extinção. Estima-se que menos de mil exemplares sobrevivem em condições naturais e cerca de cem são preservados nos Zoos de diferentes países. Os Pandas são animais extremamente pacíficos por Natureza, mas ameaçados de extinção resolveram aprofundar as suas técnicas ancestrais de artes marciais místicas, outrora praticados pelos seus antecedentes. A levitação é uma das suas faculdades mais extraordinárias.

terça-feira, 3 de junho de 2008

A passear a guitarra



Filho de pais emigrantes, Gabriel Gonçalves nasceu em Singen, no sul da Alemanha. Foi aos seus 11 anos que resolveram voltar definitivamente para Portugal. Aos 13 entra num seminário onde aprende viola e que não dá uma pra caixa, mas como espirito rebelde era mesmo esse o efeito que desejava provocar. Andou 3 anos no seminário para descobrir que afinal não havia vocação. Entra no secundário aos 16 e num inverno, Natal muito frio, recebe a sua guitarra que ainda agora cuida com carinho e estimação. Era completamente negra, talvez pra reflectir a sua fase na vida. Começou então a aprender como auto-didacta e como mentores apontava para direcções artisticas do género dos Nirvana, Green Day e Ash. Para aprender a escrever música dedicou-se a escrever uma espécie de diário em que cada letra seria um relato lírico de dias marcantes. As letras seriam todas em inglês e os seus temas passavam por críticas à sociedade, melancolia e depressão. Mas depressa resolveu pintar a guitarra de azul cor do céu, mais uma vez devido ao seu estado de espirito, desta vez optimista. "Azul faz feliz!" Este género de diário foi feito nos anos de 1995, 1996, 1997, 1998 e 1999. Totalizando mais de 200 letras com música. Aos 19 anos entra na universidade de coimbra e quiça tenha sido por isso que se desleixou um tanto ou quanto na música, pois teve mais coisas em se preocupar como por exemplo as borgas, gajas, passear os livros mas principalmente as projecções astrais. Foi então que pouco a pouco mas com pujança, se desenvoleu uma nova fonte de inspiração que era a espiritualidade e que viria a ser o tema base no futuro. Foi na introdução de Jeff Buckley, Matthew Bellamy e Jack White, que se dedicou à música a sério para ser também um grande virtuoso na guitarra (coisa que está muito longe de o ser). Auto-iniciou-se para aprender novas escalas, novos ritmos, novos acordes e novas afinações. Finalmente teve direito a um lugar num podium, ou seja, um pequeno palco. Estreou-se pela primeira vez ao vivo no festival Miuzela Radical 2006 onde encantou e desencantou públicos. Sozinho em palco com apenas uma guitarra com braço partido, cordas desafinadas, voz trémula, mãos suadas e um bombo improvisado tocado ao mesmo tempo com pedal feito de uma garrafa de plástico e uma baguette conseguiu manter empolgado uma multidão de 20 pessoas durante 2 horas. Baseia-se na improvização para actuar ao vivo tentando criar momentos únicos de criatividade. Foi então com as críticas construtivas de pessoas que percebem de música, resolveu dedicar-se com mais afinco a este passatempo, para um dia quem sabe.. ganhar uma pipa de massa e poder oferecer o seu emprego a alguem mais necessitado.